domingo, 27 de dezembro de 2009

Via láctea

Cheia de vácuo
Estrelas e astros
Tão inibidor o espaço
Maior que meu ser de mim
Ser humano ao ser desumano
Voando na gravidade zero o elemento xis
É nascimento, são explosões e cores em testamento
Assinatura de Deus nesse imenso firmamento
Que a ganância nos fez crescer ao descer de fato, desato harmônico divino

By André Fernandes



Pedacinho de mim...

Meu coração é um pedacinho do que escrevo
Cada parte um lamento
Cada honra e glória meu alento
Cada palavra solta um enfarto
Cada morte um renascimento...
Pois meu coração morre quando uma parte
Dele dôo pra servir de poesia.

André Fernandes

Arte final

É como desenho o poema nasce
Necessita finalizar a imagem

O poema vem no lampejo da alma
A arte final arquitetada pelo poeta

Igual enredo não tem igual nem
Mesmo o desenho de nossa musa!

André Fernandes
All

É meio All não sendo tudo
É substancial...
É poesia In ter locução... Mas!
É essencial a breve ação
Seu manancial...
É o meu poema, meu carinho
É xodó resumido, mas nunca
Dele sumido
É fundamental...
Pode não ser inteiro, mas pela metade...
Sou sua totalidade.

André Fernandes

Felicidade é...

Pra alguém que ama escrever
E fazer das letras a sua pessoa
Felicidade é a descoberta de ser lido...
E se delas cada parte é uma essência
Então sou feito de palavras!

André Fernandes
Evocações

Meus poemas são evocações de dentro
São evoluções em constante atrito
Comigo o Eu... Comigo o Lírico...
Emanam sim, mas faz de mim crítica
Um dia sou Olavo, outro sou Pessoa
No mais sou Quintana e tudo se ressoa

Minhas poesias são evocações sentidas
São constelações em constante mudança
Comigo o homem... Comigo o poeta...
E chamam sim, mas faz de mim análise
Um dia sou normal, outro nem sei quem sou
Só sei que sou agora... Poema que restou!

André Fernandes
Fio de Ariadne

Fazemos de nossa vida um novelo
No desenrolar de nossa vida
É o que nos liberta e o que nos prende
E o tempo é o nosso labirinto...

André Fernandes

sábado, 28 de novembro de 2009


Somos rede!

A quem somos chamados implícitos
Tal palavra nos diz quem é realmente
Somos? Ou apenas fraudes e ilícitos!
Legítimo ser, nós carbono em mente

Replicarei em palavras fáceis de ler
Somos rede porque abraçamos alguém
Doamos órgãos e a vida tende a viver
Vivemos cúmplices dela, junto ela vem...

Interliga-nos dentro, o amor o carinho
E lá! Ela nos conecta e nos faz morada
Como computador orgânico... É ninho!

Somos casa! A rede! A fiel namorada
Nós o fazemos também, é o adivinho
O Homem! O ser! Que nos é ligada

André Fernandes

Sufoco

Há! O sufoco, aquele que afoga
Quando o beijo vem e acontece
Ânsia chega, a cama desafoga
A vontade aproxima não arrefece

Há! Esse danado que não cansa
Faz o corpo dançar apaixonado
E a cama lago dos cisnes bailado
É! Repousarei em tarde remansa

Acordarei com ele em meu peito
Comer da sua boca... Irei deliciar
É dela que faço, desfaço respeito

Mas, o lábio carnudo eu irei provar
Dormir sufocando a boca no leito
É dela o mel que tiro, o seu sufocar!

André Fernandes

O beijo!

O beijo fere e ama e até nos trai
Há quem não ama, somente beija
Daqueles que só querem, e atrai...
Mais outro símbolo que se almeja

O beijo é gosto dos mais beijados
É grito que sai da boca... Sentidos
Urro cobiça dos anseios desejados
Vultuosidade aos que foram paridos

O beijo é caminho dos amantes
Traição dos amigos, segredo e fúria
Metáforas da vida, tão distantes

Unívoco amor plácido... Astúrias
Dos brados inquietos, delirantes
Sinal do bem do mal, riso ou lamúrias!

André Fernandes

O Lácio

Não hão de destruir ou menosprezar
A língua do poeta é a arma do autor
O Lácio cuja região formou deleitar
A formosura que forma sair do amor

Não há de se tornar morta, pois fala!
Escreve, canta, supera e nos dedica
Não há de se tornar extinta, não cala!
A flor, a ternura da palavra não abdica

E passa o tempo ainda existe a dádiva
Pode esquecer, mas não irar perecer
Enquanto os mestres usarem essa diva

Sóis agradecidos pelo imenso bel prazer
Aqui despeço brioso, poeta de alma viva!
O Lácio em mim vive!... Ela é meu ser...

André Fernandes

Veia parnasiana

Ode e escultura, pincéis e estátuas
Cores vivas, rouxinóis cantores
A veia parnasiana com espátulas
Corroboram a faceta dos autores

Brios e métricas há quem desejas
Ser o centro de tudo, da honradez
Do soneto perfeito, e delas sejas
A personificação da beleza altivez

Hoje eu pintei uma letra, escrevi
Fui o seu pai, o autor da sua obra
A arte do culto à beleza, ai eu vi...

Que minh’arte fala, no tocar sobra
No papel do grande poeta, resolvi
Deixar de lado, vocação que cobra!

André Fernandes

sábado, 14 de novembro de 2009


Flores

Fui rosa! Fui todas elas
Nem sempre foram flores
Mas delas foram amores
Dos seresteiros de janelas

Fui prosa! Fui o encanto
Dos poetas plantonistas
Fui a pena! O acalanto
Desses prantos de artistas

Fui soma! Fui a roseira
O jardim da minha luz
Fui hoje toda faceira...
Que ilumina e te conduz

Fui cheiro! Fui seu espinho
Jardineiro sempre eu serei
Pra cuidar com meu carinho
Dos amores que eu plantei...

André Fernandes

A rosa...

A rosa pra alguns é flor
Pra outros, somente fado
Ou consolo de tirar a dor
Do coração despedaçado

A mim é mais que um plano
É sinal de amor! Não é caso
Não é flor nem desengano
Nem paixão ou mero acaso

A fina nata da flora pleiteia
Alarde, inflama, vem voraz
O sentimento vem da veia

Concorre e dentro, não desfaz
Espinhos não ferem... Clareia!
Incendeia, ilumina e nos refaz.

André Fernandes

Debruçado no tempo

Quando o olho se abre e o choro vem
Já se tem a concepção do nosso tempo
Abraça-nos com os anos como ninguém
E voa! Face lisa do rosto em contratempo

Quando tudo se caminha, nos acompanha
Não desgruda onde quer que estejamos
É a sombra que urge, que tanto nos apanha
No caminhar debruçado que assim esperamos

E tudo passa! Conforme dita seu começo
Concede-nos a graça e nos dá sua certeza
Que um dia cessa! Que há regra e recomeço

E no momento o olho fecha, e vem clareza
Do andamento de nossa era, e estremeço!
Esta na hora de debruçar... O tempo lesa!

André Fernandes

Cor do ar

Doar ou colorir é amar voar
É deixar rolar a imaginação
Fatiar o céu com nossa mão
Brincar como criança, pintar!

A cor do nosso ar não pinta
Somos nós o pintor celestial
Filhos da criação feito tinta
O ar! Nossa aquarela essencial

Veio o fogo colorindo o vento
A água molhando, vem adiante
E toca a terra... E faz invento

Cria e respira a arte importante
Apalpa, apanha o esboço atento
A tela, o óleo colorido radiante

André Fernandes

Soneto da infidelidade

Ah... Ode Maquiavel do amor perverso
Malévolo e acintoso feito beijo de prata
Infiel testemunho desse cruel universo
Amar lavrado em ata, testemunha barata

Antes nada fosse escrito, ou falado igual
Traíres cantando em cantata de menestrel
Juradas na união de dois corpos tal qual
Junção déspota de um símbolo de anel

Fiel é ser fidelíssimo a todo o momento
Não em frente ou de lado, esteja pleno
Que fidelidade não jura! Não há lamento

Sai palavras no contento de ser ameno
No instante que o amor vira testamento
Amparado e deixado, dedicação e sereno.

André Fernandes

Soneto metrificado também ama

O amor do parnaso


Jorra em lamentos oh! Belo escritor
Declamam amadas... A escrita dele
A flor do Lácio, a língua do autor
Que o parnaso escreve a ti solene

Segue na linha a métrica perfeita
Foste tu a única eleita do meu ser
O amor perdido nas Arias... Feita!
Desse soneto que o poeta diz ter

Aqui me despeço, sorvo a saudade
Da musa que inspira bela afeição
Versos perdido, nostalgia maldade

Exala lembrança no meu coração
Da parte que ama saber a verdade
Que o pobre poeta, ama a solidão!

André Fernandes

Pop da NOP

Sou normal, sou apenas alguém
Mas aqui me transformo, abuso
Viro pop, nasço VIP, sou réquiem
Sou palmas das palavras que uso

Muito simples, sou algo decifrável
Sou humano que dorme se alimenta
Mas cá, acolá e aqui sou notável
Sou poeta que nasce e não inventa

Pessoa simplória e sou tão natural
Visto, revisto, insisto sou desses
Que sai e trabalha, é o habitual

Quando chego me imponho e nesses...
Regente eu componho até não sou mal
Só não considero ser poeta, o POP, o tal...

André Fernandes

sábado, 17 de outubro de 2009


Sou o vento, sou poeta

Fiz o papel do vento
Fui o sopro dos poetas
Escrevi nesse contento
Das tardes discretas

Vesti a serenidade do ar
Na eloqüência fui taxado
De louco e desvairado
Não me deixaram assoprar

Perguntei se amar poderia
Já que o vento me compete
Plácido e sereno cantaria
Falas sopradas de trompete

Ao dizer me contradigo
Perguntar-me inquieta
A resposta meu amigo
Sou o vento! Sou poeta!

Andre Fernandes

Grito ao vento!

Meu nome divide o vento
O grito o eco dá alegria!
Gotas saboreiam o alento
Que a chuva a terra envia

Seu sobrenome vem com rajada
No estrondo ouvir do trovão
Raios surgem do nada! Se vão!
Rasgar silêncio da noite velada

Brado e disfarço gritar da brisa
Eis o nome que Deus me traz
Eólico vórtice chama-te poetisa
No bradar que a noite lhe faz

Urro pra buscar ar dos pulmões
Que o mesmo me fez gritar!
Da resposta se tornou canções
Cantada pra muito escutar

André Fernandes

Papel ao vento

Vou escrever assim!
Igual o vento escreve a mim
Assopra e inspira
Devora a escrita
E a mim se atira!

Vou ser esse papel
Que a brisa costuma ser
Redigir no ar meus anseios
Que o poeta acha ter
Ambição de ser tornado

Papel do ar segue adiante
E o tempo compõe ao passar
E a vida do trovador instigante
Literatura de o meu versar
Vento que lavra voar!

Sobe ao céu meu escrito
Passado a limpo meu pensar
No maior dos meus devaneios
Segue divino sem parar
Vida que tenho descrito! Voar...

André Fernandes

sábado, 10 de outubro de 2009

Fleuma poética

Eu tanto que escrevo n’alma
Grito e determino à poética batalha
Que nós poetas se acalma
Na quietude do meu ser

A mim rascunho duelos deleites
Sofridos embates de escritas severas
Na paz que o sossego impera
A fleuma do soldado valente

Sou eco de línguas passadas
Escritos de loucos artistas
Que a paz das tantas pelejas
Caíram na graça das palmas

Agora apenas a serenidade
Da luta não ser disputa
Nem deixar de ser labuta
Dessa alma de verdade

De André Fernandes







sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Dilúvio...

Não lava a alma, leva e arrasta
Leva tudo da praça, vai e alastra
Sacia, tem sede, derruba e devasta
Cacimba sem água do norte contrasta

Vem cheia, vem calma, e forte deságua
Na rua do pobre do nobre carente
Do rico aparente sem graça sem água
Miserável e inocente decorre enchente

Dilúvio de gestos, indigestos feridos
Palco de atos, de glórias simplórias
Das amarras que a vida nos é sofridos
São bravos triunfos que faz memórias

E vaza a nascente do rincão alagado
Cidade naufraga, povo navega e nada!
Transborda tormento, aluvião... Propagado
Acalma, há vazante, distante calada!... Shiiiii

De André Fernandes

Nossa canção

É um vício desvairado
Em sintonias penetrantes
Na cama um ato alucinado
Composição de semblantes

É uma dose de chamego
Que o corpo escreve notas
É o Máximo do apego
Nem mais roupa nem botas

É um gole de conhaque
Ao tomar quente você
A nota vem na echarpe
Que tiro logo ao te beber

Nossa canção pega fogo
Vem com palmas e com grito
Levanta platéia, desafogo
No alívio musical restrito

De André Fernandes
Beleza de nossa história

Sim! O tempo passa
Desconsola com o passar
Que o consolo dos dias lhe deu...

Fixaram em nossos rostos todos os gostos
Todas as vantagens do amor
Todos os desamores do desgosto

Transparecem alegrias decorridas
Tristes as decorrentes adquiridas
Máximas lágrimas caídas

A poeira é nosso grão da ampulheta
E o tempo escreve ao cair pra baixo
E a vida cessa conforme cai embaixo

Deixa sim! Deixam dureza e amabilidade
O dia é assim... Duro e afável conforme dita
A regra de nossa poeira... O ser humano!

Rugas caminham juntas com a beleza de nossa
História...

De André Fernandes

Amor cego sente... Visão aparente

Sente aos olhos!
Penetra, mas não conquista
Sente ao coração!
Adentra, absorve e te aspira

Sente o olhar!
Enxerga, mas não te namora
Sente o afeto!
Não vê, mas consegue te namorar

Sente os braços!
Abraça, conforta, mas não é sempre
Sente o calor!
Dentro fica, acalora afaga e acarinha

Sente a visão!
Aparece, seduz, te fita é fácil assim
Sente o amor!
Arrepia, desejo aumenta, esquenta e aquece

O amor consegue sentir por dentro mesmo cego...
Os olhos não conseguem sentir... Só aparente desejo...

De André Fernandes

Adocicado

Docemente adocicado
Saboreado levemente
Inocente até provado
Gostado suavemente

Versado inteiramente
Completamente falado
Sugado explicitamente
Livremente adorado

Lindamente rimado
Ritmado com a gente
Calmamente adoçado
Admirado e inerente

Ligeiramente salgado
Açucarado com leite
Sugado e deleitado
Corado com deleite

Somente verso alado
Viajado pela mente
Tente sim ser aclamado
Destacado lindamente!

De André Fernandes







Arte de amar

Não seria arte a lisura de um beijo?
Ou seria um beijo apenas...
E o abraço não haveria de ser uma obra prima?
Ou apenas um conforto de amigo

Meu corpo esculpiu a arte divina do amor
Fez do seu contorno momentos de toque
A arte que não olha, mas que degusta
A que não se ensina e que se destina amar

E o que seria arte sem a beleza do olhar
O nosso fruto que o ventre nos oferta
Há quem aprecie o sabor do sentimento
Mas a arte de amar é saber sim amar

Não é cama apenas onde fazemos arte
Ele é de momento e o calor abrasa as mãos
Lapida com suor o gosto da paixão de desejo
E deixa sobreposta na tela dois corpos nus
Que a arte delimitou amar...

E onde desenharia esse desfecho sensual
Qual desenho seria a trama perfeita?
Somos obras feitas do amor de um criador
Somos a imagem desenhada dessa arte divina
De um infinito desejo de artista...

By André Fernandes

domingo, 20 de setembro de 2009


Verso colorido

Meu verso não é tinta
Nem meu corpo é matiz
Se fosse rima de pinta
Pinto a cor que sempre quis

Há... O verso é multicor
Mas começa com o branco
Saco toda minha cor
Faço tudo ser bem franco

Versinho de criancinha
Vem com cor de querubim
Versinho de mamãezinha
Faz nuance de carmim

Há... Obrigado a ternura
De pintar esse poema
Vou colar sua candura
Na lojinha de meu tema

Não consigo mais sair
Viro tinta, viro tom
Faz o bem não conseguir
Mas eu sou pintor do bom... Desculpe a modéstia.

By André Fernandes

Intuição plástica

Cirurgia poética é perceber as falhas
É intuir os erros, é compreender os acertos
É discernir onde colocar os ajustes perfeitos
É entender que esse poema nos lapida aos olhos

Cirurgia poética é medicar nossos sonhos e devaneios
É a incisão do nosso ponto de vista à nossa adequação
É apreensão a espera do resultado positivo a sua melhora
É o moldar de nossos rabiscos, é a arte finalizada de um poeta

O balcão é um movimento intuitivo, onde existe discernimento
E a discrição do bom senso acompanha a beleza dos comentários
É o intuir do novato, do experiente ao mais humilde leitor
Lá encontramos cirurgicamente nossos encontros consultados

By André Fernandes

O que me liga a você?


Não sãos os verbos e nem os pronomes
Nem rimas com ou sem nomes
Somos poetas de sobrenomes
Somos desígnios das nossas idéias

Não são regras com particípios
Nem questões de termos princípios
Nem saber escrever o seu tema
É deixar a escrita na pele ser o seu lema

O que me liga não são sonhos
São devaneios de amigos sinceros
São as humildes garrafas de o seu versar
Ser a simples palavra de saber amar

E o que me liga? Soa deveras miserável!
Não ligo para me abastar de elogios
Ligo para ser a alma da felicidade de poetas
Se eu sou fácil de ler... Sou fácil de sorrir

By André Fernandes







Agora

Assassinei minha poesia
Agora me fiz assassino

Estrangulei as palavras
Decepei as letras com borracha

Agora somente escrevo memórias
Condenado ao isolamento

E minha cela é a academia
Brasileira que as letras

Um dia me condenaram...

By André Fernandes

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Literatura alienada

O poeta parnaso descreve o abstrato
Não sente e não tem paixão
O parnasianista é alienista de fato
O amor é descrição de um coração

Rebusca a linguagem de um movimento
Metrifica a emoção com figura
Não olha ao seu lado a nenhum momento
Há quem sente só amargura

Mas a escola mostra inteligência
Não mostra anseio de sentimento
O som da palavra vem de urgência
Não pra abrandar de contento

Sua palavra é difícil de entender
Seus amplos valores são de vigor
Rígido e alienado não querem só ser...
Querem sorver elogio e não o amor

Literatura alucinada com direção
Dos que agrada a linguagem universal
Mas a palavra que chega é tal
Qual coração sem administração...

Às vezes me vejo parnasianista
Poeta ligeiro com honras e glórias
Com regra e métrica alienista
Que não tem obras simplórias...

Vou deixar o meu contento
Cheio de graça e valentia
Terminar o meu alento
Dessa virtude e maestria...

By André Fernandes

segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Se eu encontrasse você?

É uma pergunta fácil
E uma resposta obvia... Amar-te-ia
Ou...
Seriam varias divagações
Ou respostas decorrentes
Mas a certeza seria uma só... Ele pulsa

Se eu encontrasse com você
Você seria a réplica da minha pergunta
Ao que o amor me fez dizer

Seu eu descobrisse a sua pessoa
Você seria o final do meu discurso
E a frase de imediato... A lacuna que se fechou

Seu eu deparasse com sua vida
Eu seria várias maneiras de te ganhar
E o premio maior seria muito te namorar...

By André Fernandes

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sábias palavras

As letras chegam nuas, despidas de significado
Uma a uma são encontradas e cada amostra um sentido
Ao vento ela se dissipa
Escrito ela se encontra
Registro de um poeta o descobridor das palavras...

O texto necessita de letras
A frase precisa ser definida
O tema abordado provém sentir
Para serem encontradas e o poema constituir

O verso carrega a linha poética
Faz a estrofe o senhor da fidalguia
Rimar em verso branco, livre ou com métrica
Sabias palavras que nos contagia

By André Fernandes

quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Delírios de poeta

O poeta vê delírios
Encontra palavras nuas
Desnuda sílaba ocultas
Em um frenesi textual

O poeta sopra idéias
Descobre letras novas
Goza o impactar das rimas
Em versos delirantes

O poeta aponta o versejar
Deseja ser lido alto
O maior dos trovar
Desvarios de trovador

O poeta conta sílabas
Métricas perdidas em estrofes
Sonetos caindo de tão belos
De tanto gozar versar

O poeta assemelha poesia
Assimila altos momentos
Breves desatinos loucos
No buscar ao se inspirar

O poeta desenha artes plásticas
Pinta poesias em telas de rondel
Alucina a todos com o seu
Estilo de encantar

By André Fernandes

A mágica do versejar

Ela acontece assim e nasce como quem não quer nada
No bocejar enquanto o sono te atrai
No olhar daquelas conquistas, imaginamos algo acontecer
E a mente testa nossas idéias enquanto olhamos a vida passar

A mágica explode em qualquer lugar, e não importa a maneira de chegar
Pode ser ao escrever um rascunho apenas no esperar do ônibus
Ou até quando se perde sonhando acordado nos momentos de lazer
Deveras somos mágicos, pois fazemos o ilusionismo de poemas e todos aplaudem

Ou sofremos calado através de escritos nos desabafos pessoais, assim verseja lágrimas
Ou sorrimos juntos nos derrames de nossos versos casuais, assim versa sorrisos
A mágica nos conforta e são os dedos que escrevem e nos mostram criação poética
A magia das poesias nos divulga e são as manifestações dos leitores, o nosso dedicar

Mas a mágica não é a criação... São as reações...
Que o versejar nos faz aplaudir...

By André Fernandes

sábado, 15 de agosto de 2009


Sinto...

Sinto muito... Compreendo pouco
E o pouco vou lendo todos...
Ausência total

Minha mão é feia
Mas escrevem lindas poesias
Minha Mão é calejada
Mas é suave ao escrevê-la

E assim vou tentando compreender
A essência de ser poeta...

By André Fernandes

Cadeia

Sou um verso preso
Nos calabouços da minha estupidez
Dentro de mim sou o carrasco
Que maltrata
Que sinto pena
Que sou a pena
Que sai Lágrimas de tinta
Que sou a lágrima vermelha
Presa na cadeia de veias
E o seu caminho
A cela do meu
Coração...

By André Fernandes
Mané maluco

Tenho vontade de mudar o tempo e rasgar o céu
Pintar novamente a tela do firmamento
Emoldurar as estrelas e fazer do arco Iris minhas cores
Emprestar a tinta e fazer dele meu novo quadro (On)... Ligou...

Mas o dia é maluco, eu fumo um baseado e vejo tudo turvo
Parece sonho de um artista embriagado na guimba do danado
Embriagado é bom... Já não se faz louco como antigamente
Nem bem deu umazinha já quer ser o criador e transformar tudo

É... O dia corre aos olhos de um lunático e maluco ele fantasia
Quer ser delegado e prender o sol porque ele não te iluminou
Santa ignorância desmedida se só fica na sombra de uma loucura
Levanta as mãos pro céu pra tentar pegar a lua, sabe lá o que mais

Já suas mãos suadas de tanto calejar com esse dia doido coça
Vê se capina um quintal! Pois mão de trabalhador é assim
No cabo da enxada, só falta fumar a grama pensando ser maconha
Que dia doido é esse e o maluco desligado com fama de artista... Pintor?

Se liga Mané... (off), desligou...

By André Fernandes

domingo, 2 de agosto de 2009


Cálida

É assim que sinto
Quente!
Ele explode e vem como absinto
No vermute borbulhante ele
Arde!

Hoje a poesia tomou-me
Tocou-me como nunca me flertou
De agora em diante ela me detém
Registrado como um poema

Sou o registro de um bardo
Que escreve e que trova
Quando termino o verso me afaga
Formam rios ferventes

E cálida ele derrete
Mas não deforma
Ele forma
Em fôrmas do meu inédito
Derramar

By André Fernandes

A idade do amor

Quando nasci já amava
Minha mãe me dava carinho e aconchego
Era o amor maior que existia

Quando cresci já pude entender melhor o amor
Lembro o primeiro selinho inocente da minha namoradinha
Minha amiga que era mais que isso

Quando a barba cresceu e a voz modificou
Vieram as espinhas e as conquistas de adolescentes
Qual mais eu poderia vir a beijar... Era impulso de guri

Já adulto vieram às responsabilidades de se ter algo
As conquistas mudaram, a vontade de casar cresceu
E formar uma família estável... A base de tudo

Com os filhos o amor duplicou, amor de pai carinhoso
O cabelo branco exaltava a experiência de vida
E o colo de pai sempre aberto

Mas o tempo passa a idade muda, mas não muda o amor
Tornamo-nos avós, um segundo pai um segundo sentimento
Pois o amor não tem idade, e nem escolha... Tem algo que só

Conseguimos quando aprendemos a crescer...

By André Fernandes

A perdição nos teus lábios


Seus lábios foram venenos mais degustados

Deles saíram seus gostos mais inexplicáveis

Nessa boca carnuda que tanto foram provados

Morri pedindo mais um pouco dos seus beijos incríveis

...

Se fossem mãos, me perderia em seus braços

Se fosse sorriso, buscaria sorrir sempre pra ti

Se fossem dúvidas, seu beijo seria a minha explicação

Se fosse alimento, saciaria meu apetite ao te beijar


...

E a Mão toca seus beiços, quando a despe

Pinta sua boca com o batom de sua saliva

Ama sua carne que faz de seu suor seu gosto beijado

Salga o amor da tentação de seus lábios mais provocantes


E pede-me... Ama essa boca agora!
Agarra-me... Despe minha inocência ao me sentir tocar!
Suga-me... Beijando!
Nessa perdição que são meus lábios...

By André Fernandes

terça-feira, 21 de julho de 2009


Reencontro dos rios

Conta uma lenda
De uma finíssima lágrima
No seio de sua aldeia
A bela amada ao seu encontro
Do guerreiro um sorriso lhe deu
A mais linda de todas era só seu
Tupã, assim disse que o encontro era impossível
Ele deveria abdicar de seu amor
Aquela que ela tanto queria
Jaciara calou...
O coração apertou...
E os olhos somente uma lágrima caiu
O pingo transformou a terra em um rio
A linda morena então calmamente abraçou a luz
Despediu das estrelas e sorriu pela última vez
O rio a cingiu... Levou-a

O valente em sua bela forma desabou
Então gritou ao tupã...
Leve-me!... Antes sorria agora só choro
E a lágrima queima meus olhos
Por ser ela a ingrata prisão de minha amada
Seu ato o fez surgir um pingo tão caloroso
Que abriu o veio da terra e o transformou em outro rio
Conta que através dessas lágrimas houve o reencontro
Dos dois, o encontro de dois rios amazônicos
Chamado pororoca...

By André Fernandes
Veja só quem chega...

Não é porque estou chegando que a alegria
É sentida...
É colhida de uma flor, a sua beleza
E vem de seu interior o seu perfume
O frescor da amizade

E nem é porque eu fujo que a saudade
É lembrada...
Ela vem de uma amizade, nossas lembranças
E vem de uma vivência, nossas memórias
Do que ainda somos

Pode ser que um dia tudo finda e acabe
Ou é esquecida...
Mas nunca é deixada de lado enquanto dure
Enquanto o estoque do coração de você
Ainda bater por mim...

Veja quem vem chegando, em alegria
O sorriso...
Aquele escondido, que roubei de você
E que fiz par dos meus, e que viraram
Beijo de nós...

By André Fernandes

domingo, 19 de julho de 2009


Soneto & soneto (decassílabo heróico)

O início é um quarteto a mim divagado
Versos vêm e se entregam e se alinhas
Que sua estrofe canta, verve alado
Quadras rimadas formadas em linhas

O segundo vem torna-se ao primeiro
No ato de ti sou poeta, fiz ser poema
Som de um vate à canção derradeiro
Escrita de relíquia, ele é meu lema

Vem e conclui um terceto aclamado
Pode ser nesse ou último, tanto faz
Escreve nele, o faz ser proclamado

Sendo que não se perca e não se desfaz
Fiel no lançamento, obra afamado
Que sem elas não tem como se refaz

By André Fernandes
Sonetilho valsado (redondilha menor)

Escrita valsada
Atento e querida
Grafia falada
Presente de vida

Soneto dançado
Expor dividida
Falar dedicado
Dizer repartida

Nadar em dizer
Fazer sem querer
Dormir e acordar

Sonhar, despertar
Versar em canção
Balada de irmão

By André Fernandes
Liberdade de vanguarda (Soneto Decassílabo)

É dentro de nós, a graça caudilho
É testa de texto a traça engraça
É choro de fora, e é empecilho
Na farsa de ser a livre desgraça

Liberdade de dentro da cabeça
Não entra com porta entreaberta
Não deita nem acolhe nem à beça
Doma-a, ganha, educa ser aberta

É no livre pensar que eu arbitro
No conjunto de versos perfeitos
Na majestosa alforria de texto

No versar propriamente de atrito
No roçar de memórias sem jeitos
Nos trejeitos do altivo contexto

By André Fernandes

domingo, 5 de julho de 2009


Amor de palhaço (parte 3)

Seria fácil lhe entregar meu sorriso
E dele fizesse sua alegria mais possível
Se não fosse assim como palhaço ser impossível
Guardar os aplausos que me ofertam a mim

Seria até mais simples se não houvesse picadeiro
E se o palco da nossa vida fosse baú cheio de ouro
Onde pudéssemos guardar nossas alegrias inteiro
E fôssemos capazes de quando triste abrir nosso tesouro

Não agüentaria lavar meu rosto de onde pinga choro
Se delas é o que faço de melhor na alegria de bufão
Poderia até pintar minha essência no rosto, não de tolo
Nem de bobão, mas de uma profundeza de coração

O amor dele viaja, mas não desenha motivos de tristeza
Mas dele o papel que o faz é mostrar as certeza
Que o tal personagem pinta o rosto com clareza
De nunca usurpar as vivas de um artista de imensa beleza

By André Fernandes

quarta-feira, 1 de julho de 2009


Azul

O azul é o manto que te navega
É a água que te carrega
É o horizonte de uma cor
É o céu que te entrega

O azul é o barco que te conduz
É o caminho fundo de um oceano
É o mar de uma única luz
É o blue song que me seduz

O azul é essência e não ausência
É rota sem estrada, é navegável
É sol azulado é reminiscência
É horizonte afável

By André Fernandes
Respirando a natureza

Amazônia
É outro ar
É outro mar
É outra cor
E seja o que mais for
É outro lugar
Respirável...

Ainda é um pulmão
É onde o coração
Encontra a alma
Respira e acalma
Os rios são chuvas
Desse ar livre
Que convive

No respirar da natureza verde...

By André Fernandes

terça-feira, 23 de junho de 2009


Aspirações de mim (poeta menino)

Aspiro voar sem ter asas
Aspiro correr sem ter pés
Alcançaria o infinito
Voaria a 30 mil pés

Inspiro aspirar ao ápice de mim
Na inteligência tímida
Na timidez de um menino
Na honradez de um poeta

Respiro minhas ações no auge da poesia
Mesmo não sendo minhas pretensões
Alçar vôo tão alto, apenas voar na brincadeira
Que um menino brinca apenas, sem ter ambições

Sou esse guri brincando de escrever
Escritas aspirações
Elogios são dinheiros depositados no coração
Isso é o alimento de um poeta

Meus valiosos avanços são os amigos feitos
São os risos soltos quando um ri do outro
É o abraço medido quando longe necessita de um
São os inúmeros atos de amizade ao dizer, tu és a escrita!

Mesmo a escrita fugindo dele quando não está inspirado
Mesmo quando o dia não é propício ao teu derramar
Mas derrama lágrimas em forma de sorriso quando assim
Torna-nos a aspiração recorrente incurável de nós poetas

Incansáveis...

By André Fernandes

quarta-feira, 17 de junho de 2009



"Não se julga um homem pelos “trapos” que o veste, e sim pelo seu caráter." Charles Chaplin.

Trapos de um garoto

Assim fez um gênio
De fala muda
Assim a fez ter cor
No preto e branco

Cores de trapos desbotados
No seu figurino
Amores de caráter coloridos
No seu julgamento

Fez um menino nascer sorrindo
E fazendo sorrir
Fez o mundo rir aplaudindo
Ao se fazer merecer

Os nossos aplausos...

By André Fernandes

Apalavrado ou erro

Nada se tem ainda
E nada se afirma ter
Palavras confirmam querer
O amor destinado

Tudo se confirma ao dizer
Ao se apalavrar uma conquista
Dessas que vem de repente
O amor assim se afirma

Ainda que se prometa
Algo que não se diz respeito
E ainda que não a ame
Possa ser que te reclame

Ao dizer que apalavrou
Um erro...

By André Fernandes










sexta-feira, 12 de junho de 2009

Com o coração

Poderia fazer tudo
Mas apenas uma coisa me desanima
O amor esquecido
O sentimento mudo

Poderia sorrir
Mas somente algo me faria chorar
O apego dolorido
O afeto adormecido

Poderia amar
Mas às vezes sobrariam memórias
De quando amou
De quando terminou

Poderia sentir
Mas sôfrego fosse algo latejante
O choro aparente
A tristeza inerente

Poderia socorrer
Mas nem sempre houvesse a quem socorrer
Sem ter alguém
E a quem proteger

Com o coração faria tudo
Faria sorrir mesmo triste
Faria sentir mesmo desanimado
Faria amar mesmo esquecido
E faria socorrer mesmo não sendo amparado
Com o coração...

By André Fernandes



quarta-feira, 10 de junho de 2009


Vida alinhavada (Deus não joga dados) Einstein

Eis que minha vida alinha
Ao crer a fé alinhavada
Eis que alguns não acreditam
Ao afirmar tal palavra cravada
No coração do pior ateu...

Eis que minha vida se assemelha
Ao acaso de um acontecimento
Ao que a fé de poucos é
A falta de incompreensão de muitos

Eis que minha vida é uma vitrine
De ensinamentos públicos e pudicos
De um ministério maior chamado Deus
Um mistério conhecido por nós

O sentimento e o universo humano
A estupidez falha do ser vivente
Alinhavada com a ciência e a religião
Próprias de um povo que acredita
Na maior de todas as bases

A fé...

By André Fernades

domingo, 7 de junho de 2009


Sono disperso

Já que o sono te pega
Não te acorda
Dispersa em sono eterno
Ele morre...

Já que o sono se esconde
Não te encontra
Dispersa em sono fugitivo
Ele foge...

Já que o sono sossega
Não te atrapalha
Dispersa em sono profundo
Ele dorme...

Já que o sono é insônia
Não te acorda
Dispersa em sono de dia
Ele é acordado...

Tenho sonhos dispersos
Fugindo...
E sonos imersos
Dormindo e
Fingindo...

By André Fernandes







quarta-feira, 27 de maio de 2009


Tesouro valioso

O meu se mede na intensidade
De um abraço... De uma amizade
No desenrolar de uma conquista
No encontro de olhares
Na troca de sentimento quando o coração
Desperta...

O meu tesouro mais valioso é etéreo
Não existe barreira ele atravessa
E ele conforta
Ele almeja
Ele voa longe
Ele entrega o seu maior tesouro do baú
Do seu coração...

A amizade vem primeira
É o inicio de tudo...
É tesouro da alma...

O amor vem em seguida
É sentimento de amigos
Que se torna tesouro dos céus...

By André Fernandes

terça-feira, 19 de maio de 2009


Poeta em linhas

Poeta não ama declama
Se ama escreve em verso
Se escrever se rasga em seda
De cama em poesia diversa

Poeta pinta letras nuas
Deixa o amor entrar
Nas entrelinhas
Acaba por se deixar apaixonar

Nas linhas cada verso um tom
Em cada tom um soneto rimado
Em cada rima um sabor adorado
Em cada amor um amor desejado

Nas estrofes deixa sorriso
Que agarra com um beijo
Cada beijo nasce rima
Em cada rima seu desejo

Poeta escreve com alma
Poeta da a alma, da a vida
Sua vida de poeta
É viver de sua escrita

Poeta ama sem declamar
Declama sem ao menos falar
Fala sem ao menos dizer
Sua poesia de amar

By André Fernandes





segunda-feira, 18 de maio de 2009


Compondo um choro

Componho um choro
De notas úmidas
Saem musicas triste
Em um coral com coro

Recito lagrimas escrita
Faço operas das dores
Em composição de artista
Vira solidão descrita

Soluço choro no bandolim
Canto serenata adocicadas
De lamentos de um compositor
Ao compor um choro que sai de mim

Canto a dor sentindo
Não sinto cantar a dor
A dor de um artista fugindo
Não ser mais compositor

Das crias um lamento
Dos choros uma composição
Dos momentos um tormento
Da vida sua lição...

Em choro de artista...

By André Fernandes

sábado, 16 de maio de 2009


Criação divina

Algo iluminou a minha tela de cores
Criação divina nos pincéis da criação
Somos telas únicas
Somos a criação do criador
Somos o a poesia escrita por Deus

By André Fernandes

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Ecos de palavras

Ainda que todas as línguas dos anjos
Fossem ouvidas por nós...
Ainda seriamos mortais na beleza eterna
De um amor duradouro...
Ainda que todos os sábios oferecessem
Suas sabedorias...
Ainda assim não saberíamos dela tratar
Sabiamente de um amor singelo...
Ainda que nossos medos fossem nossas
Maiores conquistas...
Ainda assim teríamos medo de conquistar
Esse amor carente...
Ainda que nossas vozes fossem caladas
Emudecidas pela intolerância...
Ainda assim não nos perderíamos falando
Ao céu atrás de um amor impossível...
Ainda que minhas palavras corressem ao vento
Como eco de paixão...
Ainda assim seriamos incapazes de escutar você
Gritar... Eu te amo...

By André Luiz Fernandes



Amor de palhaço (parte 1)

Como e difícil acordar só na cama
Sem ao menos sentir o cheiro dela
Grudar em meu corpo... Sou palhaço

Há... Como é difícil esquecer que nada
Existe e que tudo se complica em não
Ter alguém pra conversar... Sou palhaço

Oh... Como e difícil aceitar a solidão
Estando alegre e triste ao mesmo tempo
Não existe como apagar ela... Sou palhaço

Hum... Como é difícil dormir novamente
Rolando na cama pra La e pra cá ficando
O corpo todo dormente... Sou palhaço...

Sabe como é difícil escrever tudo isso aqui
Se as minhas palavras soam solitárias
E voam com o passar do tempo a procura
De alguém que queira ser somente
Um casal de poetas apaixonados... Sou palhaço


Amor de palhaço (parte 2)

Não é fácil se esconder em mascara nua

Se a pintura escorre no rosto mostrando sua

Face de palhaço onde somente uma lagrima

Cai tentando esquecer que palhaço também

Ama... Oh palhaço poeta mambembe como

É difícil ser alguém que pinta pra esquecer

Que o amor nega te dizer

Eu te amo meu palhaço...

By André Luiz Fernandes

Luz vermelha (Big Bang)

Vermelho vem de dentro
Como uma canção de toada
Vem do boi garantido
Vem de vaquejada...
Vem de lendas de meu norte
Do sangue da veia
Que percorre os caminhos
Do meu coração...

Luz vem do sol e de cima
Como uma chama que queima
E que nos cega a vista
Vem de lanternas ligadas
E de velas acesas e coloridas
Vem da luz dos seus olhos
Do vermelho do sangue
Que ilumina o coração...

Tornou-se luz vermelha
A luz é inicio...
O vermelho da vida...
O big bang explode com luz e explosão
O vermelho na corrente sanguínea
Explode de vida em explosão
Com o barulho das batidas do
Meu coração...

By André Fernandes

Sou

Não sei quem sou
Se escrevo, sou poeta
Se sai som, sou cantor
Se palavra sou um texto
De monólogos de ator

Só sei que sou
A conversa de um riso
O abraço de amigo
Alimento de poema
Que declama a ti contigo

Sou o verbete de um dicionário
Memórias de um diário
Sou alegria calculista
O palhaço que te alegra
E a resenha de um artista

Não sei quem sou
Se autógrafo, sou um livro
Se fotógrafo, sou a foto
Sei que agora sou quem sou...

By André Fernandes