domingo, 20 de setembro de 2009


Verso colorido

Meu verso não é tinta
Nem meu corpo é matiz
Se fosse rima de pinta
Pinto a cor que sempre quis

Há... O verso é multicor
Mas começa com o branco
Saco toda minha cor
Faço tudo ser bem franco

Versinho de criancinha
Vem com cor de querubim
Versinho de mamãezinha
Faz nuance de carmim

Há... Obrigado a ternura
De pintar esse poema
Vou colar sua candura
Na lojinha de meu tema

Não consigo mais sair
Viro tinta, viro tom
Faz o bem não conseguir
Mas eu sou pintor do bom... Desculpe a modéstia.

By André Fernandes

Intuição plástica

Cirurgia poética é perceber as falhas
É intuir os erros, é compreender os acertos
É discernir onde colocar os ajustes perfeitos
É entender que esse poema nos lapida aos olhos

Cirurgia poética é medicar nossos sonhos e devaneios
É a incisão do nosso ponto de vista à nossa adequação
É apreensão a espera do resultado positivo a sua melhora
É o moldar de nossos rabiscos, é a arte finalizada de um poeta

O balcão é um movimento intuitivo, onde existe discernimento
E a discrição do bom senso acompanha a beleza dos comentários
É o intuir do novato, do experiente ao mais humilde leitor
Lá encontramos cirurgicamente nossos encontros consultados

By André Fernandes

O que me liga a você?


Não sãos os verbos e nem os pronomes
Nem rimas com ou sem nomes
Somos poetas de sobrenomes
Somos desígnios das nossas idéias

Não são regras com particípios
Nem questões de termos princípios
Nem saber escrever o seu tema
É deixar a escrita na pele ser o seu lema

O que me liga não são sonhos
São devaneios de amigos sinceros
São as humildes garrafas de o seu versar
Ser a simples palavra de saber amar

E o que me liga? Soa deveras miserável!
Não ligo para me abastar de elogios
Ligo para ser a alma da felicidade de poetas
Se eu sou fácil de ler... Sou fácil de sorrir

By André Fernandes







Agora

Assassinei minha poesia
Agora me fiz assassino

Estrangulei as palavras
Decepei as letras com borracha

Agora somente escrevo memórias
Condenado ao isolamento

E minha cela é a academia
Brasileira que as letras

Um dia me condenaram...

By André Fernandes

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Literatura alienada

O poeta parnaso descreve o abstrato
Não sente e não tem paixão
O parnasianista é alienista de fato
O amor é descrição de um coração

Rebusca a linguagem de um movimento
Metrifica a emoção com figura
Não olha ao seu lado a nenhum momento
Há quem sente só amargura

Mas a escola mostra inteligência
Não mostra anseio de sentimento
O som da palavra vem de urgência
Não pra abrandar de contento

Sua palavra é difícil de entender
Seus amplos valores são de vigor
Rígido e alienado não querem só ser...
Querem sorver elogio e não o amor

Literatura alucinada com direção
Dos que agrada a linguagem universal
Mas a palavra que chega é tal
Qual coração sem administração...

Às vezes me vejo parnasianista
Poeta ligeiro com honras e glórias
Com regra e métrica alienista
Que não tem obras simplórias...

Vou deixar o meu contento
Cheio de graça e valentia
Terminar o meu alento
Dessa virtude e maestria...

By André Fernandes

segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Se eu encontrasse você?

É uma pergunta fácil
E uma resposta obvia... Amar-te-ia
Ou...
Seriam varias divagações
Ou respostas decorrentes
Mas a certeza seria uma só... Ele pulsa

Se eu encontrasse com você
Você seria a réplica da minha pergunta
Ao que o amor me fez dizer

Seu eu descobrisse a sua pessoa
Você seria o final do meu discurso
E a frase de imediato... A lacuna que se fechou

Seu eu deparasse com sua vida
Eu seria várias maneiras de te ganhar
E o premio maior seria muito te namorar...

By André Fernandes

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sábias palavras

As letras chegam nuas, despidas de significado
Uma a uma são encontradas e cada amostra um sentido
Ao vento ela se dissipa
Escrito ela se encontra
Registro de um poeta o descobridor das palavras...

O texto necessita de letras
A frase precisa ser definida
O tema abordado provém sentir
Para serem encontradas e o poema constituir

O verso carrega a linha poética
Faz a estrofe o senhor da fidalguia
Rimar em verso branco, livre ou com métrica
Sabias palavras que nos contagia

By André Fernandes