sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Dilúvio...

Não lava a alma, leva e arrasta
Leva tudo da praça, vai e alastra
Sacia, tem sede, derruba e devasta
Cacimba sem água do norte contrasta

Vem cheia, vem calma, e forte deságua
Na rua do pobre do nobre carente
Do rico aparente sem graça sem água
Miserável e inocente decorre enchente

Dilúvio de gestos, indigestos feridos
Palco de atos, de glórias simplórias
Das amarras que a vida nos é sofridos
São bravos triunfos que faz memórias

E vaza a nascente do rincão alagado
Cidade naufraga, povo navega e nada!
Transborda tormento, aluvião... Propagado
Acalma, há vazante, distante calada!... Shiiiii

De André Fernandes

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