sábado, 2 de janeiro de 2010


Contemporâneo

Sou!
Mas não sou lido
Quanto mais falado
Sou é muito alguém
Sem livros.
Quando morrer!
Serei lido
E chamado de
Contemporâneo...

André Fernandes

Desculpe...

Desculpe minha falta
É que nasci ausência
Não tive a quem me criar
Fui desde pequeno a solidão
Fui taxado de deficiente
E mesmo sendo carente
Jamais deram a mim
Uma mão...

Desculpe meu silêncio
É que nasci mudo
Jamais falei meu nome
Nem pude gritar amém
Mas escrever... Eu pude
E delas jamais perdi
A minha voz...

André Fernandes

Desnudo

Quando nascemos
Desnudos! Crescemos...
Cobrimo-nos de sonhos
E os devaneios ou quimera
Não são roupas que nos vestem
A sabedoria não está no que nos
Cobrem o corpo... E sim no que nos
Fazem cobrir a alma...

André Fernandes

Dramaturgia

É feito em peças cada verso meu
É atuado
É ensaiado
É dramaturgia escrita
Para cada ato pensado
Não deixa de ser poeta quem do palco
Sobrevive de aplausos!

André Fernandes


Insônia

E o sono não chegou
Mas vieram todas elas
Aquelas que a noite escondeu
De dentro de mim
A luz de toda
Minha inspiração...

André Fernandes