sábado, 28 de novembro de 2009
Somos rede!
A quem somos chamados implícitos
Tal palavra nos diz quem é realmente
Somos? Ou apenas fraudes e ilícitos!
Legítimo ser, nós carbono em mente
Replicarei em palavras fáceis de ler
Somos rede porque abraçamos alguém
Doamos órgãos e a vida tende a viver
Vivemos cúmplices dela, junto ela vem...
Interliga-nos dentro, o amor o carinho
E lá! Ela nos conecta e nos faz morada
Como computador orgânico... É ninho!
Somos casa! A rede! A fiel namorada
Nós o fazemos também, é o adivinho
O Homem! O ser! Que nos é ligada
André Fernandes
Sufoco
Há! O sufoco, aquele que afoga
Quando o beijo vem e acontece
Ânsia chega, a cama desafoga
A vontade aproxima não arrefece
Há! Esse danado que não cansa
Faz o corpo dançar apaixonado
E a cama lago dos cisnes bailado
É! Repousarei em tarde remansa
Acordarei com ele em meu peito
Comer da sua boca... Irei deliciar
É dela que faço, desfaço respeito
Mas, o lábio carnudo eu irei provar
Dormir sufocando a boca no leito
É dela o mel que tiro, o seu sufocar!
André Fernandes
O beijo!
O beijo fere e ama e até nos trai
Há quem não ama, somente beija
Daqueles que só querem, e atrai...
Mais outro símbolo que se almeja
O beijo é gosto dos mais beijados
É grito que sai da boca... Sentidos
Urro cobiça dos anseios desejados
Vultuosidade aos que foram paridos
O beijo é caminho dos amantes
Traição dos amigos, segredo e fúria
Metáforas da vida, tão distantes
Unívoco amor plácido... Astúrias
Dos brados inquietos, delirantes
Sinal do bem do mal, riso ou lamúrias!
André Fernandes
O Lácio
Não hão de destruir ou menosprezar
A língua do poeta é a arma do autor
O Lácio cuja região formou deleitar
A formosura que forma sair do amor
Não há de se tornar morta, pois fala!
Escreve, canta, supera e nos dedica
Não há de se tornar extinta, não cala!
A flor, a ternura da palavra não abdica
E passa o tempo ainda existe a dádiva
Pode esquecer, mas não irar perecer
Enquanto os mestres usarem essa diva
Sóis agradecidos pelo imenso bel prazer
Aqui despeço brioso, poeta de alma viva!
O Lácio em mim vive!... Ela é meu ser...
André Fernandes
Veia parnasiana
Ode e escultura, pincéis e estátuas
Cores vivas, rouxinóis cantores
A veia parnasiana com espátulas
Corroboram a faceta dos autores
Brios e métricas há quem desejas
Ser o centro de tudo, da honradez
Do soneto perfeito, e delas sejas
A personificação da beleza altivez
Hoje eu pintei uma letra, escrevi
Fui o seu pai, o autor da sua obra
A arte do culto à beleza, ai eu vi...
Que minh’arte fala, no tocar sobra
No papel do grande poeta, resolvi
Deixar de lado, vocação que cobra!
André Fernandes
sábado, 14 de novembro de 2009
Flores
Fui rosa! Fui todas elas
Nem sempre foram flores
Mas delas foram amores
Dos seresteiros de janelas
Fui prosa! Fui o encanto
Dos poetas plantonistas
Fui a pena! O acalanto
Desses prantos de artistas
Fui soma! Fui a roseira
O jardim da minha luz
Fui hoje toda faceira...
Que ilumina e te conduz
Fui cheiro! Fui seu espinho
Jardineiro sempre eu serei
Pra cuidar com meu carinho
Dos amores que eu plantei...
André Fernandes
A rosa...
A rosa pra alguns é flor
Pra outros, somente fado
Ou consolo de tirar a dor
Do coração despedaçado
A mim é mais que um plano
É sinal de amor! Não é caso
Não é flor nem desengano
Nem paixão ou mero acaso
A fina nata da flora pleiteia
Alarde, inflama, vem voraz
O sentimento vem da veia
Concorre e dentro, não desfaz
Espinhos não ferem... Clareia!
Incendeia, ilumina e nos refaz.
André Fernandes
Debruçado no tempo
Quando o olho se abre e o choro vem
Já se tem a concepção do nosso tempo
Abraça-nos com os anos como ninguém
E voa! Face lisa do rosto em contratempo
Quando tudo se caminha, nos acompanha
Não desgruda onde quer que estejamos
É a sombra que urge, que tanto nos apanha
No caminhar debruçado que assim esperamos
E tudo passa! Conforme dita seu começo
Concede-nos a graça e nos dá sua certeza
Que um dia cessa! Que há regra e recomeço
E no momento o olho fecha, e vem clareza
Do andamento de nossa era, e estremeço!
Esta na hora de debruçar... O tempo lesa!
André Fernandes
Cor do ar
Doar ou colorir é amar voar
É deixar rolar a imaginação
Fatiar o céu com nossa mão
Brincar como criança, pintar!
A cor do nosso ar não pinta
Somos nós o pintor celestial
Filhos da criação feito tinta
O ar! Nossa aquarela essencial
Veio o fogo colorindo o vento
A água molhando, vem adiante
E toca a terra... E faz invento
Cria e respira a arte importante
Apalpa, apanha o esboço atento
A tela, o óleo colorido radiante
André Fernandes
Soneto da infidelidade
Ah... Ode Maquiavel do amor perverso
Malévolo e acintoso feito beijo de prata
Infiel testemunho desse cruel universo
Amar lavrado em ata, testemunha barata
Antes nada fosse escrito, ou falado igual
Traíres cantando em cantata de menestrel
Juradas na união de dois corpos tal qual
Junção déspota de um símbolo de anel
Fiel é ser fidelíssimo a todo o momento
Não em frente ou de lado, esteja pleno
Que fidelidade não jura! Não há lamento
Sai palavras no contento de ser ameno
No instante que o amor vira testamento
Amparado e deixado, dedicação e sereno.
André Fernandes
Soneto metrificado também ama
O amor do parnaso
Jorra em lamentos oh! Belo escritor
Declamam amadas... A escrita dele
A flor do Lácio, a língua do autor
Que o parnaso escreve a ti solene
Segue na linha a métrica perfeita
Foste tu a única eleita do meu ser
O amor perdido nas Arias... Feita!
Desse soneto que o poeta diz ter
Aqui me despeço, sorvo a saudade
Da musa que inspira bela afeição
Versos perdido, nostalgia maldade
Exala lembrança no meu coração
Da parte que ama saber a verdade
Que o pobre poeta, ama a solidão!
André Fernandes
Pop da NOP
Sou normal, sou apenas alguém
Mas aqui me transformo, abuso
Viro pop, nasço VIP, sou réquiem
Sou palmas das palavras que uso
Muito simples, sou algo decifrável
Sou humano que dorme se alimenta
Mas cá, acolá e aqui sou notável
Sou poeta que nasce e não inventa
Pessoa simplória e sou tão natural
Visto, revisto, insisto sou desses
Que sai e trabalha, é o habitual
Quando chego me imponho e nesses...
Regente eu componho até não sou mal
Só não considero ser poeta, o POP, o tal...
André Fernandes
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