quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Delírios de poeta

O poeta vê delírios
Encontra palavras nuas
Desnuda sílaba ocultas
Em um frenesi textual

O poeta sopra idéias
Descobre letras novas
Goza o impactar das rimas
Em versos delirantes

O poeta aponta o versejar
Deseja ser lido alto
O maior dos trovar
Desvarios de trovador

O poeta conta sílabas
Métricas perdidas em estrofes
Sonetos caindo de tão belos
De tanto gozar versar

O poeta assemelha poesia
Assimila altos momentos
Breves desatinos loucos
No buscar ao se inspirar

O poeta desenha artes plásticas
Pinta poesias em telas de rondel
Alucina a todos com o seu
Estilo de encantar

By André Fernandes

A mágica do versejar

Ela acontece assim e nasce como quem não quer nada
No bocejar enquanto o sono te atrai
No olhar daquelas conquistas, imaginamos algo acontecer
E a mente testa nossas idéias enquanto olhamos a vida passar

A mágica explode em qualquer lugar, e não importa a maneira de chegar
Pode ser ao escrever um rascunho apenas no esperar do ônibus
Ou até quando se perde sonhando acordado nos momentos de lazer
Deveras somos mágicos, pois fazemos o ilusionismo de poemas e todos aplaudem

Ou sofremos calado através de escritos nos desabafos pessoais, assim verseja lágrimas
Ou sorrimos juntos nos derrames de nossos versos casuais, assim versa sorrisos
A mágica nos conforta e são os dedos que escrevem e nos mostram criação poética
A magia das poesias nos divulga e são as manifestações dos leitores, o nosso dedicar

Mas a mágica não é a criação... São as reações...
Que o versejar nos faz aplaudir...

By André Fernandes

sábado, 15 de agosto de 2009


Sinto...

Sinto muito... Compreendo pouco
E o pouco vou lendo todos...
Ausência total

Minha mão é feia
Mas escrevem lindas poesias
Minha Mão é calejada
Mas é suave ao escrevê-la

E assim vou tentando compreender
A essência de ser poeta...

By André Fernandes

Cadeia

Sou um verso preso
Nos calabouços da minha estupidez
Dentro de mim sou o carrasco
Que maltrata
Que sinto pena
Que sou a pena
Que sai Lágrimas de tinta
Que sou a lágrima vermelha
Presa na cadeia de veias
E o seu caminho
A cela do meu
Coração...

By André Fernandes
Mané maluco

Tenho vontade de mudar o tempo e rasgar o céu
Pintar novamente a tela do firmamento
Emoldurar as estrelas e fazer do arco Iris minhas cores
Emprestar a tinta e fazer dele meu novo quadro (On)... Ligou...

Mas o dia é maluco, eu fumo um baseado e vejo tudo turvo
Parece sonho de um artista embriagado na guimba do danado
Embriagado é bom... Já não se faz louco como antigamente
Nem bem deu umazinha já quer ser o criador e transformar tudo

É... O dia corre aos olhos de um lunático e maluco ele fantasia
Quer ser delegado e prender o sol porque ele não te iluminou
Santa ignorância desmedida se só fica na sombra de uma loucura
Levanta as mãos pro céu pra tentar pegar a lua, sabe lá o que mais

Já suas mãos suadas de tanto calejar com esse dia doido coça
Vê se capina um quintal! Pois mão de trabalhador é assim
No cabo da enxada, só falta fumar a grama pensando ser maconha
Que dia doido é esse e o maluco desligado com fama de artista... Pintor?

Se liga Mané... (off), desligou...

By André Fernandes

domingo, 2 de agosto de 2009


Cálida

É assim que sinto
Quente!
Ele explode e vem como absinto
No vermute borbulhante ele
Arde!

Hoje a poesia tomou-me
Tocou-me como nunca me flertou
De agora em diante ela me detém
Registrado como um poema

Sou o registro de um bardo
Que escreve e que trova
Quando termino o verso me afaga
Formam rios ferventes

E cálida ele derrete
Mas não deforma
Ele forma
Em fôrmas do meu inédito
Derramar

By André Fernandes

A idade do amor

Quando nasci já amava
Minha mãe me dava carinho e aconchego
Era o amor maior que existia

Quando cresci já pude entender melhor o amor
Lembro o primeiro selinho inocente da minha namoradinha
Minha amiga que era mais que isso

Quando a barba cresceu e a voz modificou
Vieram as espinhas e as conquistas de adolescentes
Qual mais eu poderia vir a beijar... Era impulso de guri

Já adulto vieram às responsabilidades de se ter algo
As conquistas mudaram, a vontade de casar cresceu
E formar uma família estável... A base de tudo

Com os filhos o amor duplicou, amor de pai carinhoso
O cabelo branco exaltava a experiência de vida
E o colo de pai sempre aberto

Mas o tempo passa a idade muda, mas não muda o amor
Tornamo-nos avós, um segundo pai um segundo sentimento
Pois o amor não tem idade, e nem escolha... Tem algo que só

Conseguimos quando aprendemos a crescer...

By André Fernandes

A perdição nos teus lábios


Seus lábios foram venenos mais degustados

Deles saíram seus gostos mais inexplicáveis

Nessa boca carnuda que tanto foram provados

Morri pedindo mais um pouco dos seus beijos incríveis

...

Se fossem mãos, me perderia em seus braços

Se fosse sorriso, buscaria sorrir sempre pra ti

Se fossem dúvidas, seu beijo seria a minha explicação

Se fosse alimento, saciaria meu apetite ao te beijar


...

E a Mão toca seus beiços, quando a despe

Pinta sua boca com o batom de sua saliva

Ama sua carne que faz de seu suor seu gosto beijado

Salga o amor da tentação de seus lábios mais provocantes


E pede-me... Ama essa boca agora!
Agarra-me... Despe minha inocência ao me sentir tocar!
Suga-me... Beijando!
Nessa perdição que são meus lábios...

By André Fernandes